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O papel das igrejas neopentecostais na consolidação do ultraconservadorismo

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Por Elaine Tavares em 01 de março de 2024

O papel das igrejas neopentecostais na consolidação do ultraconservadorismo

Bolsonaro unguido pelo dono da Universal – Foto: marcozero.org/ common criative

O ato bolsonarista na paulista mostrou a força das igrejas e da religião conservadora. A fala dos discursistas foi pastoral. Deus, família, democracia, liberdade. Um agrupamento poderoso num mundo líquido, no qual as pessoas se sentem afogar. Então, quando alguém oferece uma boia, está feito. Há que prestar atenção nessa “nova direita” porque o que oferecem é uma teocracia. Ou seja, um estado regido pela moral religiosa, que é violenta, cruel, preconceituosa e perversa. Vide o que assistimos no caso de Israel. É a sombra de uma distopia que pode ser vista no clássico “O Conto da Aia”, de muito sucesso no mundo todo. No Brasil, esse papel de disseminação da ideologia de um mundo dominado pela religião tem sido das igrejas neo-pentecostais. Daí a importância de se conhecer a caminhada dessas igrejas para conhecer seus projetos. Não são “loucos” ou “burros”, são pessoas muito inteligentes e articuladas com projeto de poder.

As igrejas neopentecostais conformaram um espaço importante de difusão do conservadorismo no Brasil, formando levas e levas de gente que, inclusive, foram fundamentais na eleição de Jair Bolsonaro em 2019. Esse fenômeno começou no Brasil, tal qual nos Estados Unidos, lá pelos anos 1980 e foi se fortalecendo, inclusive durante o governo do PT quando o próprio Lula se aproximou de pastores que já apareciam como grandes líderes de massa, como foi o caso de Edir Macedo, da Igreja Universal. Uma turma que não hesitou em passar para o outro lado quando as fileiras ultraconservadoras começaram a se perfilar.

Pois estas igrejas jogaram um papel bastante importante no processo que levou Jair Bolsonaro ao poder, cristalizando um sujeito preconceituoso, violento e discriminador. De maneira impensável, o sinal das mãos como uma arma atirando – símbolo de Bolsonaro – era incentivado nos cultos cristãos. Essas igrejas que inundam hoje o país, ao contrário do que pode parecer, não surgiram do nada. Elas vêm construindo um arcabouço teórico/psicológico/espiritual de caráter ultraconservador desde longa data no Brasil, e por serem, em sua maioria, nascidas nos Estados Unidos, não por acaso são também visceralmente ligadas ao jeito de viver estadunidense (american way of life) que é, em última instância, um modo de vida conservador e violento típico da direita, hoje amalgamado no estranho movimento QAnon – uma teoria da conspiração de extrema-direita, criada nos Estados Unidos, que alega haver uma cabala secreta (de esquerda), formada por adoradores de Satanás, pedófilos e canibais, que dirige uma rede global de tráfico sexual – alicerce dos seguidores de Donald Trump.

Embora pouca gente se dedique a estudar o fenômeno religioso, o fato é que este sempre esteve muito ligado à política. A Igreja Católica, por exemplo, é parte constitutiva da formação do povo brasileiro. Aqui, nestas terras, em 1500, chegaram, juntas e imbricadas, a espada e a cruz, e foi a cruz o elemento simbólico que justificou o massacre dos povos originários e a presença dos “salvadores da civilização”. Desde então a igreja sempre serviu ao projeto colonial bem como, mais tarde, na República, foi aliada do poder, orientando o “rebanho” para a necessidade de aguentar o vale de lágrimas, esperando pela vida boa só lá no céu. Um jeito esperto de garantir que as massas se mantivessem domesticadas diante de todos os desmandos políticos.
Ainda assim, a Igreja Católica, de certa forma, sempre foi mais aberta no que diz respeito às regras morais. E isso também acabou repercutindo na política, afinal, foi dentro dessa igreja que nos anos 1960 nasceu a vertente da Teologia da Libertação, outra maneira de interpretar o evangelho que garantia aos fiéis a ideia de que não era necessário aguentar o vale de lágrima terreno, que havia a possibilidade de se constituir um tempo bom e novo aqui e agora, sem ser preciso esperar pelo céu. Esse movimento incendiou toda a América Latina no marco das grandes transformações políticas daquele tempo. Foi a fase dos “padres vermelhos” identificados com as lutas sociais e com o comunismo.

Esse movimento que brotou dentro da igreja católica acendeu uma luz vermelha na instituição religiosa – historicamente conservadora – e também, desde dentro, começou uma articulação para destruir o “câncer” que, aliado à política, carregava o povo para a organização popular e para os desejos de mudança. Assim, a própria Igreja Católica criou uma vertente ultraconservadora chamada “Movimento Carismático” que incitava os fiéis a voltar outra vez os olhos e o coração aos céus. Louvar o espírito santo, esperar pela salvação pós-morte e aceitar a dor do tempo presente. De certa maneira, assumiam uma prática já bastante comum nas igrejas pentecostais tradicionais, mais rígidas. E, igualmente, não sem razão, esse foi um processo que começou nos Estados Unidos, já que ali, os governantes também buscavam formas de enfrentar a igreja vermelha, que prenunciava um modo “comunista” de viver naquele que consideram seu quintal, a América Latina. Esse combate contra o modo comunista de viver sempre foi travado com a religião, inclusive dentro dos Estados Unidos, só que lá, por conta de a colonização ter sido feita por protestantes, é através da Igreja Protestante que o conservadorismo vai se capilarizando. Assim, além de meter a colher na igreja católica, fomentando o movimento carismático, os EUA também incentivaram e patrocinaram a infiltração de novas igrejas protestantes no Brasil e em toda América Latina.

Delcio Monteiro de Lima é um dos poucos autores brasileiros que já nos anos 1980 observava sistematicamente a vertiginosa entrada de igrejas neopentecostais estadunidenses no país. Igrejas protestantes clássicas como a Metodista, Luterana ou Presbiteriana sempre existiram, mas estas se dedicavam muito mais ao espírito do que ao jogo político. São as chamadas neopentecostais que vão mudar o estado de coisas.

No seu clássico livro “Os demônios descem do norte” Delcio Lima apresenta um estudo importante sobre as igrejas nos Estados Unidos e sua gradativa e organizada penetração na América Latina. A primeira coisa que ele observa é que as neopentecostais que começam a surgir justamente nos anos 1980 se organizam como empresas. É outra pegada. O deus parece ser o capital. E já é o combate aberto contra a teologia da libertação.

Historicamente nos Estados Unidos as igrejas protestantes sempre tiveram um papel assistencial muito importante. Como o Estado liberal não se preocupava em cuidar dos empobrecidos a partir de políticas públicas, eram as igrejas que assumiam esse cargo. A igreja Adventista, por exemplo, nascida em 1860, de uma dissidência da tradicional Igreja Batista, logo nos primeiros anos já tratou de fundar um hospital para atender os desvalidos. Sua principal ideóloga foi Ellen White, cujo livro reordenador do credo – “O Grande Despertar” – ainda é distribuído casa a casa, nas caixas de correio, hoje, em 2024. Eu mesma recebi um no final do ano passado, assim como toda a vizinhança. A propaganda evangélica é poderosa e parece ter recursos inesgotáveis. Os adventistas também atuavam na educação e na comunicação. Ou seja, três campos absolutamente estratégicos para manter a fidelidade dos seguidores. Em 1987, os adventistas congregavam mais de 600 mil crentes, tinham mais de 5.500 escolas atendendo mais de um milhão de alunos, mantinham 30 mil professores, dirigiam 166 hospitais, 234 clínicas de saúde e dirigiam editoras em vários lugares do mundo, a ponto de lançarem seus livros de pregação religiosa em aviões sobre regiões empobrecidas. Uma estratégia agressiva de busca de fiéis. No campo político os adventistas então reproduziam o modelo da classe média estadunidense, puritano, violento e conservador.

Quase 40 anos depois de criada nos Estados Unidos essa igreja vai aparecer na América Latina, primeiro na Argentina em 1895 e depois no Brasil em 1898, na cidade de Gaspar Alto (região de imigração alemã), estado de Santa Catarina. Também por aqui mantém hospitais, escolas, lojas de produtos naturais e restaurantes vegetarianos. Nos anos 1980 tiveram muita influência na região amazônica onde o estado brasileiro não dava muita atenção. Fincaram suas bases lá nos anos 1930, portanto, longa data. Seu programa de rádio “A voz da profecia” sempre foi muito conhecido no país até os anos 1990 e penetrava em todos os cantões do país. A pregação central traduzia os mesmos conceitos de vida da classe média estadunidense: conservadorismo e puritanismo, forjando uma moral que hoje se expressa de maneira vívida nos grupos de direita. É uma organização gigantesca que recebe muita ajuda financeira externa, tanto de instituições públicas estadunidenses quanto do governo, como levantou Lima.

O golpe de 1964 no Brasil fez avançar dentro da Igreja Católica os princípios da Teologia da Libertação e isso chamou a atenção do Departamento de Estado dos Estados Unidos, como conta Lima. A religião católica se direcionava para a esquerda e outras religiões protestantes tradicionais seguiam o mesmo rumo, inclusive na Amazônia, orientando os indígenas para seus direitos. A Conferência Nacional dos Bispos respaldava os chamados padres vermelhos e nasceram as Comunidades Eclesiais de Base, verdadeiras células de luta nas comunidades urbanas e rurais. Na metade dos anos 1980 já eram mais de 87 mil, reunindo leigos e padres, organizando as populações.

Nos Estados Unidos, ao contrário, era o protestantismo que crescia em excitação patriótica e conservadorismo. Lima conta que Ronald Regan – que mais tarde seria presidente do país – teve um papel importante na difusão dessas ideias ultraconservadoras. Era um tempo de revisionismo sobre a guerra do Vietnã, fragorosa derrota dos EUA, e o governo tentava virar a chave, tratar o conflito não como derrota, mas como uma cruzada de defesa de “ideias nobres” como o anticomunismo. Regan, patrocinado pelo Estado, por grandes corporações e por igrejas, viajava o país, dando conferências em fábricas, chamando os trabalhadores para a luta contra o comunismo. Quando ele se candidatou à presidência contava com amplo apoio, principalmente da juventude universitária. Sempre é bom lembrar que universidades tradicionais nos Estados Unidos como Havard e Yale foram fundadas por congregacionistas (igrejas protestantes) no século 18, então estavam de cabeça no projeto conservador de Regan. É nesse período também que a televisão passa a cumprir um papel decisivo, irradiando o conservadorismo protestante, com uma interpretação liberal das escrituras, e fortalecendo a propagação de um sentimento religioso conservador ligado a uma ação política conservadora. A igreja eletrônica iria ao longo dos anos se transformar num fenômeno.

Estas igrejas passaram a ser notadas pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos porque poderiam implementar as diretrizes do império fora do país. Notadamente o protestantismo histórico é burguês e não quer mudanças, logo não representaria ameaças à ordem. Então, é com ele que os EUA vão iniciar batalha contra parte da igreja católica que pendia para uma ação de esquerda e para o nacionalismo, sendo, portanto, uma ameaça ao poder imperial. Já em 1969 o famoso Relatório Rockfeller apontava: “os moços estão vulneráveis à penetração subversiva, prontos para fazer a revolução”. E, em 1980 o Comitê de Santa Fé, do Conselho para a Intersegurança Americana lançava um documento que tinha como direção conter o comunismo nos países da América Latina, esmagando a Teologia da Libertação.

Foi a partir daí que a própria igreja católica começou a estudar o papel das igrejas e seitas que começavam a surgir no continente. Um relatório feito pela CELAM em 1984 mostrava que as seitas cresciam porque a igreja católica não estava conseguindo dar respostas aos problemas urgentes da população. Enquanto isso, as seitas priorizavam os mais pobres com suas políticas assistencialistas, garantindo comida e dinheiro. Nas pequenas igrejas, usando músicas, cantos populares, orações coletivas e criando um clima de êxtase as seitas ofereciam saídas, salvação pessoal, proteção e segurança. Chegavam descoladas da política e para quem estava nos governos não representavam ameaças. Pelo contrário. Apascentavam um rebanho que estava sendo instigado pela igreja católica, na vertente “vermelha”. Assim que encontraram terreno fértil para crescer. Teodore Roosevelt, presidente estadunidense em 1912 já tinha vaticinado: “será difícil a absorção desses países (da América Latina) pelos EUA enquanto forem católicos”. Por isso mesmo que a batalha religiosa foi organizada e financiada em surdina.

Decio Lima observou que no final dos anos 1980 mais de 70% das igrejas no Brasil já eram as novas seitas, igrejas transconfessionais, não históricas, fundamentalistas, mantidas por fundações, grandes empresas multinacionais e marcadamente anticomunistas. O evangelismo nascido daí não é igreja, mas uma organização empresarial e política. Por toda a América Latina estas seitas foram acolhidas pelos governantes locais, como o ditador Ríos Montt, na Guatemala, que planejou todo o seu golpe a partir a Igreja Palavra de Deus, financiada pela Gospel Outreach, da Califórnia, e que permitiu ser essa igreja um centro de operações para expansão das igrejas por toda a América Latina. Também em Honduras novas igrejas foram financiadas pela United Fruit e em El Salvador financiadas pela Coca-Cola, todas agindo contra as guerrilhas de libertação.

Os Institutos de Línguas criados nos EUA para o ensino de inglês nos países latino-americanos também cumpriram seu papel de domesticação, como é o caso do histórico e ainda ativo Summer Institute of Linguistic Inc. que investiu milhões de dólares traduzindo e alterando o texto bíblico para tornar as populações mais dóceis, principalmente as indígenas.
E assim, essas igrejas foram se fortalecendo na América Latina e no Brasil sem que houvesse qualquer empecilho. Os pregadores eletrônicos foram se multiplicando, ocupando os horários das madrugadas na televisão e também arrebanhando gente com uma abordagem agressiva e eficaz: casa a casa e nos hospitais, onde o sofrimento é grande. No livro escrito por Lima no final dos anos 1980 elas já aparecem como um poder significativo e como ele bem documenta: a maioria tinha financiamento estadunidense, financiamento público. Ele considera que não houve um plano organizado pelo governo para atuar nessa área, mas que o governo aproveitou muito bem essa estrutura para barrar o processo social que borbulhava.

No Brasil, uma das igrejas que mais cresceu foi a Universal. Segundo informações do seu próprio portal – https://www.universal.org/ – ela começou pequena, no ano de 1977, no Rio de Janeiro, tendo como pastor principal Edir Macedo. Hoje tem mais de seis mil templos, doze mil pastores e quase dois milhões de fiéis em todo país. É uma das maiores organizações religiosas do Brasil e a 29ª maior igreja em números de seguidores do mundo. Em 2015, chegou a ser a quinta instituição de maior prestígio no Brasil, a frente do Poder Judiciário e da Presidência da República.

O poder da Universal não se resume às igrejas. O grupo mantém emissoras de rádio que cobrem 75% do território brasileiro e também emissoras de televisão como a TV Universal e TV Templo. Como as grandes empresas religiosas dos Estados Unidos ela também comanda gravadoras, editoras de livros e portais na internet. Além disso, em novembro de 1989 Edir Macedo entrou pesado no mercado midiático comercial comprando a TV Record, que era a segunda maior rede do país em audiência. Hoje é a maior controladora de concessões de televisão, ultrapassando a Globo em número de emissoras próprias, em praticamente todos os estados do país. Uma jogada de mestre do pastor, pois a rede retransmite com alcance de massa todo o ideário da igreja sem parecer ser a igreja. Travestida com entretenimento, jornalismo “imparcial” e programas variados, ela tem impactado o modo de viver de milhões de pessoas no país. Seu programa “Fala que eu te escuto”, transmitido na madrugada foi durante décadas líder de audiência, pois colocava ao vivo um bispo atendendo em tempo real as pessoas em sofrimento. Acolher e prometer vida melhor eram a chave para amealhar fiéis.

Outra vertente de disseminação da ideologia conservadora típica do neopentecostalismo foi e tem sido a novela, basicamente uma paixão nacional. Edir Macedo, na TV Record, começa a investir nas histórias do Velho Testamento em formato de série e novela, que imediatamente vão se tornando uma febre no país. Em 1997 a rede lança “O desafio de Elias”, profeta narrado no Livro dos Reis e logo em seguida “A História de Ester”, baseada no Livro de Ester, também do Velho Testamento. Quando os espectadores ainda se adaptavam a dramaturgia da Record, a emissora compra os direitos da Escrava Isaura, novela de grande sucesso no país e assim, vai conquistando ainda mais audiência. Mesclava o romance abolicionista com o a ética dos patriarcas do Velho Testamento.

Em 2010 a Record volta a investir pesado nas séries bíblicas, com nova versão da História de Ester, seguida de “Sansão e Dalila”. Em 2012, a novela “Davi” vai ao ar com cara de superprodução, bem como história de “José do Egito” que acabou sendo um fenômeno de audiência. Todas essas produções mostravam personagens conhecidos do público cristão, mas obviamente, por se passarem no período do Velho Testamento, mostravam uma visão religiosa bem diferente da que se conhece a partir de Jesus. Ali impera um deus vingador, um povo eleito, uma moral conservadora. Definitivamente a ideologia que está por trás de toda a pregação neopentecostal. O indivíduo que se salva, individualmente, porque se mantém puro, é o escolhido de deus. Raiz do fundamentalismo que vai se impregnando na consciência de grande parte da população.

Estas novelas vão ganhando o coração da audiência e criando um caldo cultural e social capaz de abrir estradas para o que hoje se expressa em violência, discriminação e preconceito. A aposta pelo deus do Velho Testamento chega ao ápice no ano de 2015 com a novela “Os dez mandamentos” que em poucos dias se transformou num novo fenômeno, superando em muito a audiência da Rede Globo, desbancando até o histórico Jornal Nacional. O sucesso foi tanto que a Record dividiu a novela em duas temporadas e ainda fez um filme para os cinemas, até hoje situado entre os poucos que ultrapassaram os cinco milhões de espectadores. De novo toda a moral típica do protestantismo, só que elevada a enésima potência.

Em 2016, outra produção, “A Terra Prometida”, dá sequência à lista de sucessos bíblicos e, quase sem se notar, o país vai se evangelizando e recuperando um ideário ultraconservador que por certo já existia, mas se mantinha latente. As novelas da Rede Globo são suplantadas pelas novelas bíblicas. Esse processo midiático deixa profundas marcas na população que, premida pela crise econômica crônica, típica da dependência e do subdesenvolvimento, vai encontrar nas igrejas neopentecostais o espaço da esperança. A teologia da prosperidade supera a da libertação. E esse universo gigantesco será espaço seguro para que um candidato ultraconservador como Jair Bolsonaro encontre guarida. O rebanho domesticado vota em quem o pastor indica. E os pastores estão mergulhados até o pescoço na política de toma-lá-dá-cá. É por isso que desde a metade dos anos 1990 cresce também no Congresso Nacional a chamada “Bancada da Bíblia” composta por evangélicos. Em 1994, eram 21 deputados federais evangélicos, em 2023 são 105 deputados e 15 senadores, o que equivale a 20% do Congresso.

Esta maneira de ser igreja/empresa, fortalecida pela governo Bolsonaro nos quatro anos que comandou o país, agora se filia ao que está sendo chamado de “teologia do domínio”, conforme orientação de Israel. Não é sem razão que as caminhadas ditas cristãs no Brasil estão recheadas de bandeiras de Israel. Sem sequer saber que a religião que é usada pelo sionismo renega a figura de Cristo como Messias, as massas evangélicas e também católicas abraçam a bandeira do país genocida e passam a defender a ideia de que é o “deus de Israel” aquele que deve dar a direção. E a direção, é claro, é o extermínio daqueles que não compactuam com seus princípios.

Um conto de horror que segue crescendo no Brasil.

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